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A maioria das pessoas compra vasilhas para água e comida do pet da mesma forma com que escolhe caminhas, coleiras e outros acessórios: pela aparência, cores, marca. Mas você sabia que um inocente comedouro de plástico pode levar seu cão ou gato a intoxicações e alergias? Apesar de pouco orientada por veterinários, a escolha das vasilhas merece atenção. Mas com tanta variedade no mercado, como saber os riscos e vantagens de cada material? Confira abaixo as nossas dicas.

Plástico

Preço e beleza são o forte das tigelas de plástico, mas elas definitivamente não são uma boa opção. Estudos mostram que o plástico tende a se dissolver na presença de água e outros líquidos, o que resulta em ingestão contínua de petroquímicos. Além disso, filhotes freqüentemente roem e engolem pedaços do comedouro plástico e podem sofrer sérias obstruções e perfurações gastrointestinais. A desinfecção do comedouro ou bebedouro de plástico é particularmente complicada. Se aquecido no microondas ou lavado com água fervente – duas formas comuns de se matar bactérias – o recipiente plástico libera o BPA (Bisfenol A) um composto orgânico associado ao diabetes, câncer de mama, baixa contagem espermática e doenças crônicas. Leia esse artigo científico para saber mais – isso vale também para os humanos!

Microorganismos adoram se infiltrar nas ranhuras do fundo da tigela de plástico. Com o contato regular do animal com essas bactérias, podem aparecer falhas no pêlo e dermatites na região do focinho e da boca. Os gatos pode desenvolver um tipo de acne, caracterizada pela presença de pontinhos pretos ou purulentos no queixo. Por essas e outras, fuja dos comedouros e bebedouros de plástico!

Alumínio

Tigelas de alumínio são bonitas, costumam ser baratas e são mais fáceis de limpar do que as de plástico. Mas são igualmente destrutíveis e liberam uma certa quantidade de alumínio na ração ou água, o que pode causar algum malefício para a saúde do pet a longo prazo. Se tiver marcas de mordidas ou estiver desgastada a vasilha rapidamente vira esconderijo de bactérias e precisará ser trocada.

Cerâmica

Vasilhas de cerâmica são boas opções. Mantêm a água fresquinha e não são atraentes para filhotes e adultos mordedores. Se optar por uma vasilha de cerâmica não polida lembre-se de desinfetá-la diariamente para evitar proliferação bacteriana nos poros. Despeje água fervente e lave bem com detergente, ou aqueça a vasilha no microondas por uns três minutos para matar os microorganismos. Cerâmicas polidas e pintadas não oferecem cantinhos para as bactérias se esconderem e são bem fáceis de higienizar. Por outro lado, o chumbo presente na tinta ou verniz pode causar intoxicação. Para saber mais sobre os efeitos prejudiciais do chumbo e como evitá-los, leia essa matéria.

Inox (ou aço inoxidável)

Essa é uma das melhores opções. Vasilhas de inox são bonitas, super duráveis, resistem a mordidas e são bastante fáceis de lavar e desinfetar. O fato de não terem poros dificulta a vida das bactérias e evita problemas de pele e contaminações. Para desinfetar e deixá-la brilhando, não precisa mais do que água quente e detergente.

Vidro

Vasilhas de vidro, juntamente com as de aço inoxidável, estão entre as mais higiênicas. Não têm poros, são elegantes e de fácil desinfecção (utilize o microondas, água quente e detergente). Pode ser mais barata que a de inox, mas requer algum tipo de suporte ou base antiderrapante para evitar que se quebre durante as refeições. É uma opção interessante para gatos. O chato é que tigelas de vidro especialmente para pets podem ser meio difíceis de encontrar.

Outras dicas
Alguns cães têm o hábito de comer encerando o chão com a vasilha. Para evitar isso – e essa dica vale para qualquer tipo de comedouro – sempre utilize vasilhas de tamanho confortavelmente proporcional ao diâmetro da boca aberta do seu pet e prefira os recipientes mais pesados ou com antiderrapantes.

Alguém já viu vasilhas de cães sendo flambadas? A dica é da criadora de Bulldogs Franceses, Camilli Chamone, do canil Ville Chamonix e pode ser utilizada para esterilizar recipientes de cerâmica, alumínio, vidro ou inox.

Elevar ou não o prato?

Sempre me disseram que cães de porte grande e gigante devem ser alimentados com vasilhas elevadas por suportes – medida que, segundo dizem, reduz as chances de ocorrer a temida Síndrome Dilatação Torção Gástrica, fatal em grande parte dos casos. Comedouros elevados teoricamente evitam que os cachorrões engulam ar enquanto se alimentam, que é um dos fatores que levam à essa condição. Contrariando esse consenso, um recente e extenso estudo sobre a torção gástrica, realizado pela Purdue University, nos Estados Unidos, revelou o contrário: a alimentação em vasilhas elevadas é um fator que aumenta o risco de torção em 110%! E que “aproximadamente 20% a 50% dos casos de cães que sofreram torção são atribuíveis ao comedouro elevado.”

Os motivos por trás dessa polêmica descoberta ainda são relativamente desconhecidos e a validade desse estudo tem sido debatida em fóruns cinófilos.

Bom apetite e uma lambida do Cachorro Verde!

Publicado em 23 de setembro de 2008 por Sylvia Angélico