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Ervas na Alimentação Natural

by | 25 May, 2021 | Artigos

Os principais componentes da Alimentação Natural (AN) para cães e gatos você já está careca de saber: carnes, vísceras, vegetais etc. Mas as refeições do seu peludo podem ser enriquecidas com outras “pequenas grandes” adições que muita gente desconhece, como ervas, castanhas, sementes, brotos, cogumelos, raízes e produtos apícolas.

Inaugurando uma série sobre esses complementos que tanto têm a contribuir, esse post vai tratar das ervas. Além de perfumar e saborizar as ervas incrementam as refeições com elementos valiosos. Muitos cães e gatos apreciam ervas; outros pelo menos não se opõem à presença delas na comida. Minhas tentativas de cultivar orégano, manjericão e hortelã em casa nunca foram muito longe porque a turma canina devorava as pobres plantinhas.

Por que incluir ervas na AN?

Você não precisa incluir ervas, elas são opcionais. Mas além de deixarem a comida mais atraente elas são densas em nutrientes e apresentam excepcional atividade antioxidante graças à presença de flavonóides, terpenóides, lignanas, polifenóis, carotenóides etc. Esses elementos aliviam o dano causados por radicais livres, promovendo a destoxificação do organismo, retardando o processo de envelhecimento e reduzindo o risco de doenças crônicas.

Adicionar ervas a porções de AN que serão congeladas protege os alimentos da deterioração, reduzindo perda de nutrientes, proliferação de microorganismos patogênicos e formação de compostos tóxicos.

Quais ervas incluir?

Manjericão, dill (endro), tomilho, salsinha, hortelã, sálvia, coentro e alecrim são opções consideradas seguras. O orégano é tranquilo para cães, mas em teoria pode intoxicar os gatos, que não têm uma enzima necessária para a metabolização de alguns de seus compostos.

Não recomendo a oferta de louro, estragão, cebolinha e alho-poró para cães e gatos.

Seu pet forma cristais ou cálculos de oxalato de cálcio na urina? Prefira coentro, tomilho e alecrim, que são opções de menor teor de ácido oxálico.

Quanto e como?

Para efeitos seguros e benéficos, use pouquinho e varie as ervas. Sugiro adicionar até 1 colher de chá (5g) de erva desidratada ou 3 colheres de sopa (cerca de 15g) de erva fresca picadinha para cada 500g a 1kg de alimento pronto. Pode-se combinar mais de uma erva. Ervas frescas em geral são mais nutritivas e você pode cultivá-las em casa, mas as desidratadas são mais duradouras. Acrescente-as durante o cozimento, na hora de montar as porções diárias ou ao servir a refeição.

Vamos conhecer mais de perto algumas dessas opções?

Coentro (Coriandrum sativum)

Em apenas uma colher de sopa de coentro fresco temos 340UI de betacaroteno, potente agente anticâncer e pró-visão, e 15.5mcg de vitamina K, fundamental para a coagulação e saúde óssea.
O coentro contém um aldeído que atua como um potente anticonvulsivante natural. Também ajuda a reduzir os níveis de insulina e de açúcar no sangue e é ainda fonte de quercetina, flavonóide com ação antialérgica. Completam a lista de benefícios à saúde as suas propriedades analgésicas, pró-digestivas, cardioprotetoras, antifúngicas e antiinflamatórias.

Salsinha (Petroselinum crispum)

Em uma colher de sopa de salsinha fresca encontramos 316UI de betacaroteno, 5mg de vitamina C, 61mcg de vitamina K e quase 6mcg de ácido fólico.
A salsinha é um tesouro antioxidante, por sua combinação de flavonóides, carotenóides e vitamina C. Um estudo mostrou que a versão desidratada da salsinha concentra 17x mais antioxidantes que a fresca! 🙀
Adicionada e misturada ao alimento inibe o crescimento de bactérias patogênicas, como a salmonella e a listeria. Também combate leveduras (como a Malassezia pachydermatis que inferniza tantos cães), bolores e bactérias como o Staphylococcus aureus.

Manjericão (Ocimun basilicum)

Esse aromático verdinho reúne ômegas-3 e ômegas-6 em uma proporção antiinflamatória, de 4:1, além de contribuir vitaminas A, K e um pouco de cálcio e ácido fólico.
Um estudo recente avaliou que o consumo de manjericão reduziu a atividade inflamatória do tecido gorduroso em indivíduos obesos. Adicionar manjericão na comida que ficará na geladeira também ajuda a protegê-la da ação de microorganismos.
Boa notícia também para o cérebro: em humanos, o manjericão melhora parâmetros cognitivos.

Alecrim (Rosmarinus Officinalis)

Com esse nome sugestivo de “alegria” o alecrim é uma erva cheia de qualidades.
É uma das plantas mais populares na aromaterapia – seu cheiro é capaz de estimular o sistema nervoso central facilitando a concentração e estimulando a memória. Por conter ácido carnósico, um ácido com propriedades antioxidantes essencial para o sistema nervoso, ajuda a lidar com situações de stress e apresenta efeitos de proteção dos olhos.
Também é um excelente aliado da digestão, reduzindo gases e desconfortos intestinais por ter ação carminativa.

E a Pancs?

Pancs são as “Plantas Alimentícias Não Convencionais”, vegetais que crescem como “mato” e que por serem nutritivos e saborosos vêm conquistando espaço na gastronomia.
As Pancs são muitas: Ora-pro-nóbis, taioba, peixinho, bertalha, beldroega, dente-de-leão e diversas outras.
O hibisco é uma Panc e deve ser evitado para pets, por ter potencial tóxico. Mas pouco se sabe a respeito das outras Pancs.
Dente-de-leão (um bálsamo para o fígado) e Moringa (um verdadeiro tesouro nutricional e multi terapêutico) são seguras a cães e gatos. Tenho pacientes caninos que há alguns anos recebem Ora-pro-nóbis na dieta, também com resultados seguros.

Referências:

Sylvia Angélico
Médica Veterinária pós-graduada em Nutrição Animal
CRMV-SP 29945

Comunicado Cachorro Verde

As informações divulgadas em nossas postagens possuem caráter exclusivamente educativo e não substituem as recomendações do médico-veterinário do seu cão ou gato. Por questões ético-profissionais, a Dra. Sylvia Angélico não pode responder certas dúvidas específicas sobre questões médicas do seu animal ou fazer recomendações para seu pet fora do âmbito de uma consulta personalizada. Protocolos de tratamento devem sempre ser elaborados e acompanhados pelo médico-veterinário de sua confiança.

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