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Assim como acontece com a gente o cérebro dos cães e gatos envelhece e parte de suas capacidades fica alterada. Chamamos essa condição de Síndrome da Disfunção Cognitiva (SDC), algo como um “Alzheimer de pets”. De acordo com estudos, a SDC acomete metade dos cães acima de 11 anos e 70% dos cães com mais de 15 anos, sendo que os cães de porte grande e gigante podem começar a manifestá-la a partir dos 6 anos de idade. No gatos a síndrome costuma aparecer a partir dos 11 anos. 

É aquele pet que sempre comeu bem e agora parece que perdeu o apetite e enjoa de tudo. Que fica perambulando pela casa sem propósito, às vezes pára e fica olhando para o nada, se perde atrás dos móveis, troca a noite pelo dia, começa a fazer xixi ou cocô fora do lugar, se torna inexplicavelmente rabugento/agressivo/medroso/ansioso, apresenta tremores, choraminga sem motivo e parece menos interessado em interagir com os humanos e outros pets da casa. 

E o que está por trás da síndrome? Com o passar dos anos, radicais livres resultantes do próprio processo de respiração celular geram estresse oxidativo que danifica o tecido nervoso. Outra causa frequente da síndrome é a deposição de substância beta-amiloide, formando “placas senis” que interferem com a transmissão dos sinais no cérebro. 

A SDC não tem exatamente uma cura e tende a ser progressiva, mas pode ser retardada quando o tutor a identifica no comecinho e modifica alguns pontos no manejo do peludo. Ao notar os primeiros sinais de declínio cognitivo – ou, até melhor, assim que seu peludo entrar na fase sênior – dê atenção especial a quatro pontos importantes: dieta, complementos, atividade física regular e enriquecimento ambiental. 

Elimine alimentos e ingredientes pró-inflamatórios (eles aumentam a deposição de substâncias beta-amiloides no cérebro): farinhas, açúcar, excesso de frutas, glúten, gordura trans, trigo, toxinas fúngicas (presentes no amendoim, milho e soja), embutidos e industrializados. Prefira uma dieta natural, fresca e variada, com inclusão regular de alimentos amigos do cérebro e ricos em antioxidantes: folhas verde-escuras, vegetais de coloração alaranjada, mirtilos, amoras, ovos, sardinha e/ou cápsulas de óleo de peixe (para fornecimento de ômegas-3) e óleo de côco (fonte de TCMs – os triglicerídeos de cadeia média, combustível de primeira para o cérebro).

Converse com a veterinária do seu pet sobre prescrição de uma fórmula com nutracêuticos que protegem o cérebro do dano oxidativo, como vitaminas do complexo B, ginkgo biloba, fosfatidilserina, resveratrol, vitamina E, Same, ubiquinol, entre outros. Fazem um universo de diferença! 

Manter uma rotina de atividade física diária (melhor!) ou o máximo de dias na semana garante estímulo físico e mental e combate a ansiedade. Variar os roteiros dos passeios deixa tudo mais estimulante ainda! Se seu “pet coroa” sabe atender a comandos de adestramento não deixe de praticá-los periodicamente. Se ele não sabe que tal aproveitar para ensinar comandos básicos e truques de forma divertida? Quem é que disse que não se ensina novidades a peludos idosos? É uma excelente maneira de manter a cuca deles jovem e ativa!

Por fim, proporcione um ambiente interessante. Sirva as refeições de forma criativa e instigante (dentro de brinquedos ocos, por exemplo), ora mornas, outra frias, em pedaços maiores, em pedacinhos menores. Para gatos proporcione prateleiras para subir e expressar o comportamento curioso e predador da espécie e caixas de papelão para arranhar. Apresente ao pet quebra-cabeças com gavetinhas (para esconder petiscos) e varie os brinquedos (texturas, sons e propostas diferentes). 

E não se esqueça de levá-lo à veterinária clínica-geral de sua confiança para check-ups semestrais. Sim, semestrais. A partir do momento em que seu peludo se torna idoso, alterações importantes na saúde (renal, hepática, metabólica, cardíaca, neurológica etc) aparecem de uma hora para outra. Temos muito mais chances de controlar bem o problema quando diagnosticamos no comecinho. 

Desejamos muita saúde e qualidade de vida para seu peludo velhinho! 

Comunicado do site Cachorro Verde

As informações divulgadas em nossas postagens possuem caráter exclusivamente educativo e não substituem as recomendações do médico-veterinário do seu cão ou gato. Por questões ético-profissionais, a Dra. Sylvia Angélico não pode responder certas dúvidas específicas sobre questões médicas do seu animal ou fazer recomendações para seu pet fora do âmbito de uma consulta personalizada. Protocolos de tratamento devem sempre ser elaborados e acompanhados pelo médico-veterinário de sua confiança.

Obrigada por acompanhar os canais do Cachorro Verde!