Não sabe “ler” cocô? Então vem comigo!
O normal são fezes bem formadas: firmes, mas não ressecadas, macias sem serem amolecidas. Com o odor característico de 💩, mas não insuportável. E pode haver variação do normal. Alguns cães, durante o passeio fazem um primeiro cocô normal e os próximos vão saindo progressivamente menores e amolecidos. É efeito da atividade física e da excitação e geralmente não significa problema. Podem aparecer nas fezes vestígios de vegetais, como cascas de verduras. As fezes podem ter coloração mista (um pedaço marrom escuro e outro alaranjado) refletindo a ingestão de cenoura ou abóbora, por exemplo. Dependendo da quantidade ingerida o consumo de vísceras como fígado pode deixar o cocô bem escuro.
O cocô do pet que come Alimentação Natural (AN) é geralmente diferente do cocô de ração. Tende a ser menos volumoso e a ter um odor mais discreto. Mas, claro, isso depende da composição da AN. Pets adeptos de dietas cruas, especialmente as com ossos, tipicamente produzem fezes bem sequinhas, com odor mais leve. Aliás, um cocô esbranquiçado e ressecado a ponto de parecer “giz” é o que vemos quando há osso (matéria mineral) demais na dieta.
Agora vejamos o anormal. Cocô pastoso com ou sem muco ou sangue indica colite, que pode ser causada por alteração brusca na dieta ou alguma parasitose, como a giardíase. Cães com colite também fazem cocô várias vezes ao dia, até 8-10 vezes! Amolecido e amarelado? Pode ser eliminação de gordura nas fezes. Cocô preto como piche? Pode ser sangue digerido, sangramento no tubo digestório. Diarreias explosivas, aquosas, podem sinalizar infecções. Presença de sangue vivo, bem vermelho, indica sangramento na porção final do intestino ou nas glândulas adanais.
São diversas as causas para alterações nas fezes: intolerância a algum alimento, infecções, verminose, ter comido muito de uma vez, ter recebido uma dieta diferente sem transição ou alguma “besteira”, insuficiência pancreática exócrina, doença inflamatória intestinal crônica, síndrome do intestino irritável e até tumores. Se seu pet apresenta com frequência um cocô alterado é hora de conversar com a vet, rever a dieta e fazer um check up. 😉
Sylvia Angélico
Médica Veterinária pós-graduada em Nutrição Animal
CRMV-SP 29945
Comunicado Cachorro Verde
As informações divulgadas em nossas postagens possuem caráter exclusivamente educativo e não substituem as recomendações do médico-veterinário do seu cão ou gato. Por questões ético-profissionais, a Dra. Sylvia Angélico não pode responder certas dúvidas específicas sobre questões médicas do seu animal ou fazer recomendações para seu pet fora do âmbito de uma consulta personalizada. Protocolos de tratamento devem sempre ser elaborados e acompanhados pelo médico-veterinário de sua confiança.
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