Quem assume a tarefa de alimentar seu cachorro ou gato com dieta caseira tem que dominar vários aspectos da prática. Precisa saber quais alimentos são apropriados e quais devem ficar de fora, como preparar a comida para que seja bem digerida, como armazenar as porções diárias, como e quanto servir por dia e como suplementá-la.
E eu acrescentaria a essa lista uma habilidade adicional bastante útil: saber adaptar a dieta a necessidades dinâmicas do animal. Cães e gatos podem requerer um volume maior ou menor de nutrientes e calorias dependendo de circunstâncias mutáveis, como grau de atividade física, idade, se é castrado ou intacto e até se está fazendo muito frio ou calor.
Em geral, considerando uma dieta balanceada e suplementada, bastaria aumentar ou diminuir um pouco o total diário de alimento para atender uma demanda maior ou menor de alimento do peludo. Quando deixo a minha cachorrinha Polly no hotelzinho durante minhas férias, por exemplo, oriento servirem uns 15% a mais de alimento por dia para compensar o maior gasto energético dela perambulando o dia todo por um quintal imenso, situação diferente do nosso cotidiano no apartamento. Fazendo assim ela parou de voltar magrinha para casa.
Indico fazer ajustes de 10% ou 15% no total diário de alimento, pesar o pet a cada 15 dias e avaliar o progresso. Se a intenção era emagrecê-lo, aumente cerca de 5% o total de alimento ao atingir o escore corporal desejado, para estabilizar a perda de peso. Se a idéia era recuperar peso, faça o inverso: chegando no seu objetivo reduza em 5% o total diário de comida para interromper o processo.
Outra maneira interessante de aumentar ou reduzir a densidade energética da dieta é pela escolha dos alimentos. Essa conduta é especialmente interessante quando buscamos emagrecer um pet extremamente guloso, que fica muito ansioso se recebe porções menores, ou quando temos um peludo abaixo do peso com baixo drive alimentar, ou seja, sem interesse em comer uma porção maior de alimento. Ao escolher determinados carnes e cortes, por exemplo, conseguimos influenciar de maneira significativa o fornecimento calórico da dieta. Confira as tabelas abaixo e vejamos exemplos interessantes.
Não é interessante e importante conhecer o valor calórico estimado dos alimentos? Assim, você pode acrescentar um pouco de língua ou peito bovino na porção de carne da dieta do pet que precisa ganhar peso. Ou incluir peixe e moela na dieta do peludo com sobrepeso.
Para finalizar, não procure engordar seu pet dando mais petiscos – isso desequilibra a dieta e pode fazer muito mal. Ajuste a composição e/ou a quantidade de alimento servido diariamente.
Sylvia Angélico
Médica Veterinária
pós-graduada em Nutrição Animal
CRMV-SP 29945
Comunicado Cachorro Verde
As informações divulgadas em nossas postagens possuem caráter exclusivamente educativo e não substituem as recomendações do médico-veterinário do seu cão ou gato. Por questões ético-profissionais, a Dra. Sylvia Angélico não pode responder certas dúvidas específicas sobre questões médicas do seu animal ou fazer recomendações para seu pet fora do âmbito de uma consulta personalizada. Protocolos de tratamento devem sempre ser elaborados e acompanhados pelo médico-veterinário de sua confiança.
Obrigada por acompanhar os canais do Cachorro Verde!