1 em cada 3 cães e gatos no Brasil têm sobrepeso ou obesidade. Além de levar a sérias complicações de saúde como doenças cardiovasculares e renais, diabetes mellitus, pancreatite e osteoartrose, o excesso de peso comprovadamente reduz a qualidade e o tempo de vida dos nossos peludos.
Um estudo famoso (Kealy et al, 2002, 2007) acompanhou 48 Labradores ao longo de toda vida e mostrou que os cães que tiveram as suas porções de dieta controladas viveram até 2,5 anos a mais do que os do grupo controle, que receberam alimento à vontade. É muita diferença. Além da maior longevidade, a dieta regrada atrasou o início de doenças articulares e metabólicas, reduziu a inflamação sistêmica e melhorou a qualidade de vida dos cachorros na velhice.
E você sabia que diversos hábitos nossos do dia-a-dia, muitos dos quais a gente faz no automático, são os maiores responsáveis pelo ganho de peso dos pets? Vejamos 10 deles!
- Servir uma “sobremesa” após a refeição. Pets não precisam ganhar sobremesa; comer já é recompensa suficiente!
- Sempre dar petisco como reforço positivo quando seu cachorro faz as necessidades no lugar certo. Quando esse hábito já estiver consolidado passe a premiar com petiscos vez sim, vez não e gradualmente migre para reforço positivo feito com carinho, elogios ou o brinquedo favorito.
- Fornecer mordedores diariamente. Peças como vergalho bovino e orelha suína podem concentrar mais de 200kcal em 100g, metade da necessidade calórica diária de um cachorro de 7kg. Reduza a frequência oferecendo brinquedos de morder.
- Não separar os pets na hora das refeições. Sempre tem um guloso que come o restinho que os outros deixam.
- Usar cortes de carne gordurosos para compôr a dieta, sem saber. Cem gramas de pernil suíno tem 260kcal e a mesma quantidade de filé mignon suíno tem 143kcal. Existem importantes diferenças calóricas entre os vários cortes de carnes.
- Servir Alimentação Natural, mas manter a oferta de um pouco de ração “para o pet não desacostumar caso precise voltar a comer ração”. Não é preciso fazer isso; cães e gatos na maioria esmagadora das vezes voltam a comer ração se necessário. E é importante saber que a ração é um alimento bem calórico. Apenas 50g podem concentrar 200kcal.
- Não ajustar a dieta após castrar o cão ou gato. A castração é um fator predisponente ao ganho de peso. Previna isso reduzindo em cerca de 10% o total diário de dieta servida, maneirando em petiscos e proporcionando atividade física diária.
- Não descontar petiscos do total diário de alimento. Petiscos não devem ultrapassar 10% do total diário de alimento servido. Logo, se minha gatinha Lenù recebe 150g de AN por dia, vou oferecer cerca de 15g de petisco a ela, como extra. Se seu pet está sendo adestrado e isso envolve oferecer bastante petiscos, premie com pedacinhos bem pequenos e procure destinar parte da dieta para o reforço positivo.
- Deixar ração do gato à vontade. Esse hábito incentiva nossos gatos, domiciliados, castrados e sedentários a consumir alimento muito além do que o organismo deles requer. Acostume seu gato a receber três refeições ao dia. (O mesmo vale para os cães.)
- Demonstrar afeto somente através da oferta de alimentos. Passeios, brincadeiras, massagem e escovação da pelagem são outras maneiras prazeirosas de agradar o seu peludo.
Sylvia Angélico
Médica Veterinária
pós-graduada em Nutrição Animal
CRMV-SP 29945
Comunicado Cachorro Verde
As informações divulgadas em nossas postagens possuem caráter exclusivamente educativo e não substituem as recomendações do médico-veterinário do seu cão ou gato. Por questões ético-profissionais, a Dra. Sylvia Angélico não pode responder certas dúvidas específicas sobre questões médicas do seu animal ou fazer recomendações para seu pet fora do âmbito de uma consulta personalizada. Protocolos de tratamento devem sempre ser elaborados e acompanhados pelo médico-veterinário de sua confiança.
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