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Anote aí as comidas com as quais temos que ter cuidado para nossos pets:

Chocolate
O vilão nesse caso é um alcalóide derivado do cacau chamado teobromina. O fígado dos nossos pets não metaboliza essa substância prima da cafeína, que fica ativa no organismo, podendo intoxicar gravemente e causar taquicardia, espasmos musculares, vômitos e diarreia. Todo chocolate para humanos deve ser evitado. Mas quanto mais puro o chocolate (meio amaro, amargo e chocolate culinário) maior a ameaça de intoxicação severa – às vezes até letal – com uma dose pequena. (Para ler mais sobre a toxicidade do chocolate para os pets, não perca esse nosso especial de Páscoa!)

Carambola
É melhor evitar oferecer ao pet essa fruta com forma de estrela. Ela apresenta grandes quantidades de ácido oxálico insolúvel, que pode prejudicar os rins com deposição de cálculos (“pedrinhas”) de oxalato de cálcio. Na literatura científica recente há relatos de insuficiência renal aguda em pessoas e em camundongos por ingestão da fruta in natura ou do suco dela. Sintomas associados à toxicidade por carambola: salivação, inapetência, vômitos, diarreia, prostração, fraqueza, tremores, presença de sangue ou cristais na urina e alterações da sede.

Massa crua de pão ou bolo
Resista ao pedido do pet quando estiver manipulando massa crua de bolo ou de pão. O fermento presente na massa crua produzirá gases e álcool no trato digestório do animal, o que causa muita dor e desconforto pela distensão do estômago ou alças intestinais. No pior cenário as vísceras podem até romper com a distensão. Depois de bem cozida a massa, tudo bem dar uns pedacinhos ao pet, com moderação. A época de festas – Natal, Páscoa – é quando o Animal Poison Control Center, órgão ligado ao ASPCA (American Society for the Prevention of Cruelty to Animals) registra o maior número de ocorrências.

Cebola e acebolados
Nada de dar cebola ao seu amigão. Uma substância encontrada nela chamada “n-propil disulfito” pode provocar um tipo grave de anemia nos pets. O perigo é exponencialmente maior para os gatos, muito mais sensíveis à intoxicação por cebola.  Evite também alimentos preparados com cebola (fígado acebolado, arroz com cebola) e alimentícios industrializados com cebola na composição (papinhas de neném comerciais, molhos de tomate, salgadinhos etc).

Alho: em pequenas quantidades é seguro para cães

Como os gatos são mais sensíveis que os cães aos compostos sulfurosos da cebola, o alerta também se estende a “parentes” da cebola, como o alho, o alho-poró e a cebolinha. Entretanto, conheço tutores de gatos e até veterinários que oferecem diminutas quantidades de alho (lâminas fininhas e picadas de um dente) com regularidade para fortalecer o sistema imune do bichano contra pulgas e vermes, sem sinal de anemia. Ainda não posso afirmar com convicção, mas é possível que o alho seja consideravelmente menos tóxico que a cebola para os gatos.

Em relação aos cães, alho em excesso pode causar gases e também impõe risco de anemia. Mas é só cuidar da dose que o alho se torna seguro e traz um mundo de benefícios, como combate ao colesterol, ajuda no controle da glicemia, aumento da resistência a pulgas, carrapatos e vermes intestinais, redução do risco de derrames, alívio de quadros inflamatórios e auxílio no combate a tumores.

Muitos veterinários holísticos, como os norte-americanos autores de livros Dr. Richard Pitcairn Ph.D e a Dra. Karen Becker recomendam há anos a inclusão de um pouquinho de alho na dieta dos cães, algo como uma lâmina fininha por dia. A longa tradição de oferta segura também é reconhecida pelo formal órgão norte-americano de pesquisa em nutrição de cães e gatos National Research Council (NRC), que também estabelece diretrizes para formulação de alimentos para pets.

De acordo com esse trabalho científico a dose tóxica de alho para um cão de 32kg seria 75 dentes de alho ou 5 cabeças de alho, e para um cão de 5kg, meia cabeça de alho ou 5 a 8 dentes, nas refeições ao longo de alguns dias. Ou seja, um cão precisa ingerir regularmente uma quantidade absurda de alho para causar prejuízos à suas hemácias.

Em nossas dietas para pets saudáveis sugerimos a inclusão de uma lâmina de alho fresco picadinha a uma das refeições diariamente ou a cada 2 ou 3 dias, dose até mais baixa que a recomendada por veterinários como os citados acima. Nessa dose, o alho costuma ser muito bem tolerado, mas em caso de reações indesejáveis – gases, arrotos, alergia – é só interromper o uso.

Também é importante suspender o alho em caso de anemia, antes de cirurgias e quando o pet fizer uso de medicações que interferem na coagulação (como ciclosporina), porque o alho também tem propriedades que afinam o sangue.

Desde 2008 monitoramos os hemogramas de nossos cães e pacientes que recebem um tiquinho de alho fresco na dieta e até hoje não verificamos nenhum caso de anemia hemolítica causada por intoxicação por alho. Para aprender como e quanto oferecer de alho ao seu amigão, consulte nossos artigos sobre os complementos das dietas naturais.

Macadâmias
Até doze horas depois da ingestão dessas castanhas redondinhas, cães e gatos podem apresentar fraqueza, depressão, vômitos, tremores, hipertermia e queda dos membros traseiros. Felizmente, os sintomas costumam passar sozinhos e duram 12 a 48 horas. Mas o quadro assusta e traz muito desconforto e mal estar ao animal. Outras castanhas, como a do Brasil (castanha-do-Pará), nozes, amêndoas e amendoim não são tóxicas, mas devem ser oferecidas com moderação por serem bastante gordurosas.

Cuidado com a batata comum
Os vegetais da família das solanáceas – batatas, tomate, berinjela, jiló e pimentão – contêm um glicoalcalóide chamado solanina (ou solamina), capaz de deprimir o sistema nervoso central e provocar transtornos gastrintestinais. Mas de todos os citados, a batata inglesa (a comum) é a mais rica nesse composto, cuja casca concentra até 90% da solanina.

Para eliminar essa ameaça, armazene a batata longe da luz solar, descarte a casca e cozinhe o tubérculo diretamente na água fervente. Micro-ondas (que você deve evitar por todos esses motivos) e cozimento ao vapor não destroem a solanina. Jamais consuma ou ofereça ao pet batatas cruas (são difíceis de digerir); muito menos germinadas ou com a casca esverdeada, sinais de acúmulo de substâncias tóxicas.

Sempre que possível, prefira tubérculos que substituem com vantagens a batata comum e que não contêm solanina, como a batata-doce, o inhame, a mandioquinha (ou batata-salsa ou batata-baroa) e o cará, sempre cozidos.

Berinjela, pimentão, tomate e jiló contêm teores mais baixos de solanina e em geral podem ser oferecidos com moderação se o pet os tolerar bem. Contudo, há especialistas em nutrição humana e pet que contra-indicam a oferta de qualquer solanácea a indivíduos com problemas ortopédicos (atrose, artrite, displasia coxofemural, dores na coluna etc), sob alegações de que esses vegetais podem agravar o quadro inflamatório.

Casca e folhas de abacate
O problema aqui é a persina, um derivado de ácido graxo que é especialmente tóxico a aves, cavalos, porquinhos-da-india, caprinos e coelhos. Os cães parecem ser menos suscetíveis à toxicidade da persina, mas é bom tomar cuidado e não permitir que ingiram as folhas e a casca do fruto. Os sintomas associados à intoxicação por persina incluem vômitos, diarreia e alterações cardíacas. Ingestão excessiva de persina pode até levar a óbito.

A polpa do abacate (a parte da fruta que comemos) é segura para oferta, desde que com moderação, pois embora a gordura do abacate seja saudável, majoritariamente do tipo poli-insaturada, gordura é gordura: em excesso engorda e pode sobrecarregar o pâncreas. E não se esqueça de retirar o caroço, infelizmente não são incomuns cirurgias de emergência para retirar do estômago do cão um caroço retido.

Uvas e passas
Ainda não se sabe exatamente o motivo, mas há relatos de sobra na literatura científica de cães que comeram uvas ou passas e desenvolveram falência renal aguda severa, em muitos casos, letal – veja alguns exemplos aqui, aquiaqui e aqui.

Qualquer tipo de uva ou passa, mesmo orgânicas, com ou sem casca e com ou sementes, e em qualquer quantidade, pode subitamente danificar os rins. Mesmo cães que sempre comeram uvas sem prejuízo aparente podem sofrer uma crise. Acredita-se que essas frutinhas também sejam prejudiciais aos gatos. Na dúvida, e com tanta fruta segura à disposição, é melhor evitar.

Outros alimentos potencialmente perigosos

  • Semente de linhaça crua – contém ácido erúcico, que pode intoxicar os pets.
  • Açúcar e alimentos açucarados – podem causar obesidade, cáries, diabetes e tornam o paladar dos pets seletivo.
  • Frituras – fornecem gorduras prejudiciais à saúde, oxidadas.
  • Chá preto e café – contém alcalóides neurotóxicos e que podem causar alterações cardíacas.
  • Bebidas alcólicas, maconha – por motivos óbvios, né?
  • Pimenta malagueta – pode causar gastrite e até úlcera.
  • Xilitol (tipo de adoçante) – pode gerar hipoglicemia, convulsões, vomito, fraqueza e até morte dependendo da dose ingerida.
  • Ruibarbo – mesmo problema da carambola, é fonte de ácido oxálico solúvel que pode se depositar nos rins em forma de cristais ou cálculos de oxalato.
  • Osso de ave cozido – o cozimento altera a estrutura molecular do colágeno do osso, tornando-o mais rígido ao ser partido. Com isso o risco de perfuração gastrintestinal é real. O tratamento por calor também torna o osso mais difícil de digerir, favorecendo obstruções. Osso tem que ser ingerido no seu estado natural, cru.
  • “Osso” de couro branco – indigestos, esses couros frequentemente são tratados com alvejantes como a soda cáustica para agradar aos nossos olhos.
  • Sementes de maçã e pêra – liberam pequenas doses de ácido cianídrico no estômago, um tipo de veneno.

Medicamentos (remédios) proibidos para cães e gatos:

Fonte: Produtos e Plantas Tóxicas para Cães e Gatos, de Cynara Campanati

  • Amitraz (carrapaticida, sarnicida e piolhicida)
    Antídoto: cloridrato de ioimbina
  • Anticoagulantes derivados de cumarínicos
    Antídoto: Vitamina K
  • Arsênico, mercúrios e outros metais pesados
    Antídoto: dimercaprol
  • Carbamato (combate os carrapatos, pulgas, piolhos e fungos)
    Antídoto: composto de oxima, cloreto de pralidoxima
  • Chumbo
    Antídoto: edetato dissódico de cálcio, EDTA
  • Estricnina (veneno, também conhecido como “chumbinho”)
    Antídoto: pentobarbital, amobarbital, metocarbamol, éter gliceril-guaiacólico
  • Etilenoglicol (anticongelante de automóveis)
    Antídoto: etanol, bicarbonato de sódio
  • Organoclorados (inseticidas)
    Antídoto: não há antídoto específico
  • Organofosforados (inseticidas)
    Antídoto: cloreto de pralidoxima
  • Piretrinas e piretróides (inseticidas)
    Antídoto: atropina, diazepan

Produtos de limpeza: água sanitária, sabão em pó, desinfetantes, detergentes, etc.

Medicamentos tóxicos para cães:

  • Diclofenaco sódico e de potássio: (“Voltaren” e “Cataflan”) antiinflamatório
  • Ivermectina: antiparasitário (é tóxico para raças de focinho longo do “tipo” Collie – Collie, Pastor de Shetland, Border Collie, etc)

Medicamentos (remédios) tóxicos para gatos:

Fonte: Produtos e Plantas Tóxicas para Cães e Gatos, de Cynara Campanati

  • Ácido Valpróico (anticonvulsivante)
  • Amiodarona: antiarrítmico cardíaco
  • Antisépticos urinários: contêm azul de metileno e fenazopiridina que causam hemólise
  • Benzoato de benzila: escabicida (combate a sarna) e pediculicida (combate os piolhos)
  • Benzocaína: anestésico
  • Carbonato de lítio: tratamento comportamental (alterações do humor)
  • Carprofeno: (ex: “Rymadil”) antiinflamatório
  • Cisplatina: antineoplásico
  • Diclofenaco sódico e de potássio: (“Voltaren” e “Cataflan”) antiinflamatório
  • Digitoxina: cardiotônico e diurético
  • Fenilbutazona: antiinflamatório
  • Fluorouracil: antineoplásico
  • Fosfato de sódio: acidificante urinário, laxante e para tratamento de hipercalcemia
  • Oxifenilbutazona: analgésico e antiinflamatório
  • Paracetamol ou Acetaminofeno: (ex: “Tylenol”) analgésico e antitérmico
  • Primidona: anticonculsivante

Medicamentos que devem ser usados com cautela em gatos:

  • Ácido Acetil-Salicílico: (“Aspirina”, “AAS”) antiinflamatório
  • Aciclovir: antiviral
  • Amitraz: ectoparasiticida
  • Amitriptilina: antidepressivo e ansiolítico
  • Amprólio: antiprotozoários
  • Azatioprina: causa mielossupressão
  • Cafeína: estimulante neuromuscular e cardiorespiratório
  • Clonazepan: anticonvulsivante
  • Cloranfenicol: antibiótico
  • Clorpropamida: hipoglicemiante, uso para tratamento de diabetes insípidus
  • Compostos fenólicos: hexaclorofeno, propofol, dipirona, álcool benzílico, triclosan
  • Dietilestilbestrol: estrógeno sintético
  • Diclofenaco: (“Voltaren”, “Cataflan”) antiinflamatório e analgésico
  • Fenitoína: anticonvulsivante
  • Griseofulvina: antifúngico
  • Ibuprofeno: analgésico
  • Iodeto de potássio: expectorante e antifúngico
  • Iodeto de sódio: expectorante e antifúngico
  • Lidocaína: antiarrítmico, anestésico local
  • Loperamida: antidiarréico
  • Mitotano: antineoplásico
  • Naproxeno: antiinflamatório
  • Peróxido de benzoila: queratolítico, anti-séptico
  • Piroxicam: antiinflamatório
  • Quinolonas: quimioterápico e bactericida
  • Salicilatos: salicilato de bismuto, sulfassalazina, ácido acetilsalicílico, mesalazina

Plantas tóxicas para cães e gatos:

  • Alamanda (Allamanda cathartica)
    A parte tóxica é a semente.
  • Antúrio (Anthurium sp)
    As partes tóxicas são folhas, caule e látex.
  • Arnica (Arnica Montana)
    A parte tóxica é a semente.
  • Arruda (Ruta graveolens)
    A parte tóxica é a planta toda.
  • Avelós (Euphorbia tirucalli L.)
    A parte tóxica é toda a planta.
  • Beladona (Atropa belladona)
    As partes tóxicas são flor e folhas. – antídoto: Salicilato de fisostigmina.
  • Bico de papagaio (Euphorbia pulcherrima Wiild.)
    A parte tóxica é toda a planta.
  • Buxinho (Buxus sempervires)
    A parte tóxica é são as folhas.
  • Comigo ninguém pode (Dieffenbachia spp)
    As partes tóxicas são as folhas e o caule.
  • Copo de leite (Zantedeschia aethiopica Spreng.)
    A planta é toda tóxica.
  • Coroa de cristo (Euphorbia milii)
    A parte tóxica é o látex.
  • Costela de Adão (Monstera deliciosa)
    As partes tóxicas são as folhas, caule e látex.
  • Cróton (Codieaeum variegatum)
    A parte tóxica é a semente.
  • Dedaleira (Digitalis purpúrea)
    As partes tóxicas são flor e folhas.
  • Espada de São Jorge (Sansevieria trifasciata)
    A parte tóxica é toda a planta.
  • Espirradeira (Nerium oleander)
    A parte tóxica é a planta toda.
  • Esporinha (Delphinium spp)
    A parte tóxica é a semente.
  • Hibisco (Hibiscus)
    A parte tóxica são as flores e as folhas.
  • Fícus (Ficus spp)
    A parte tóxica é o látex.
  • Jasmim manga (Plumeria rubra)
    As partes tóxicas são flor e látex.
  • Jibóia (Epipremnun pinnatum)
    A parte tóxica são as folhas, caule e látex.
  • Lírio da paz (Spathiphylum wallisii)
    As partes tóxicas são as folhas, caule e látex.
  • Mamona (Ricinus communis)
    A parte tóxica é a semente.
  • Olho de cabra (Abrus precatorius)
    A parte tóxica é a semente.
  • Pinhão paraguaio (Jatropha curcas)
    As partes tóxicas são semente e fruto.
  • Pinhão roxo (Jatropha curcas L.)
    As partes tóxicas são as folhas e frutos.
  • Saia branca (Datura suaveolens)
    A parte tóxica é semente.
  • Saia roxa (Datura metel)
    A parte tóxica é semente.
  • Samambaia (Nephrolepis polypodium). Existem vários tipos de samambaias e outros nomes científicos. Essa é apenas um exemplo, todas são tóxicas.
    A parte tóxica são as folhas.
  • Taioba brava (Colocasia antiquorum Schott)
    A parte tóxica é toda a planta.
  • Tinhorão (Caladium bicolor)
    A parte tóxica é toda a planta.
  • Vinca (Vinca major)
    As partes tóxicas são a flor e folhas.