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Se você tem um cão de porte grande ou gigante já deve estar careca de ouvir falar da displasia coxofemoral, doença caracterizada pela incongruência e degeneração da articulação da bacia com a cabeça do fêmur. Bastante freqüente, essa displasia também acomete cães de raças médias e pequenas – e até os gatos.

As justificativas mais citadas para o aumento dos casos da doença estão relacionadas a:

* Acasalamento de animais que apresentam displasia (graus D e E, principalmente). Por esse motivo recomenda-se fortemente afastar da reprodução os exemplares displásicos;

* O alto grau de consangüinidade ou inbreeding (acasalamento entre animais de parentesco próximo). Essa prática adotada por muitos criadores com o intuito de fixar características físicas desejáveis nos filhotes pode acentuar também predisposições para doenças hereditárias.

Esses seriam os principais fatores que determinam a predisposição ou tendência genética para o aparecimento da displasia. Mas é preciso esclarecer que a predisposição genética por si só não resulta necessariamente no aparecimento da doença. Atualmente acredita-se que outros desencadeadores da displasia podem ser fatores ambientais e de manejo, principalmente durante a fase de crescimento do animal.

Essa pode ser uma explicação por trás de um casal de cães saudáveis que produz filhotes com displasia. Ou ainda, da ocorrência de alguns irmãos de ninhada se tornarem severamente displásicos enquanto outros estão isentos da doença.

A displasia não tem cura e é convencionalmente tratada com administração de antiinflamatórios e protetores articulares, e em determinados casos, cirurgia. Mas você pode fazer muito mais no sentido de prevenir e controlar essa doença. Confira neste guia alguns cuidados que podem:

* Retardar o aparecimento da displasia coxofemoral nos animais predispostos;
* Aumentar a qualidade de vida do animal acometido;

* Prevenir o desenvolvimento da displasia nos filhotes e animais jovens.

O que é a displasia coxofemoral?

Nos cães e gatos que não apresentam displasia coxofemoral, a cabeça do fêmur é bem formada e se encaixa perfeitamente no (também bem formado) acetábulo, que é uma cavidade do osso coxal ou “bacia”. Com esse encaixe adequado, o animal anda, corre, salta e vive normalmente. No pet com displasia a cabeça do fêmur e/ou o acetábulo apresentam deformidades, o que compromete a articulação e, conseqüentemente, a mobilidade dos membros traseiros.

Na verdade, a articulação coxofemoral do pet displásico não nasceu degenerada. Ela tem aparência normalíssima durante a infância do animal. Tanto é que não se recomenda radiografar filhotes em crescimento – a displasia simplesmente não estará presente. Sintomas e sinais radiográficos da degeneração coxofemoral não costumam aparecer antes dos quatro meses – e pode demorar até os doze meses de idade do pet (ou mais) para se manifestarem.

Classifica-se a displasia de acordo com o grau de comprometimento da articulação. Nos casos graves, a incongruência (desencaixe) é tão severa que pode ocorrer uma luxação, que é quando a cabeça do fêmur sai completamente do acetábulo (a cavidade na bacia). Em outros casos a displasia está lá, mas os sintomas estão ausentes ou são discretos a ponto do proprietário nem suspeitar que o animal tem a doença. Nesse caso, acredita-se que músculos e ligamentos fortes estejam conseguindo manter a articulação no lugar.

Dependendo do grau de incongruência articular, ocorre a proliferação dos tecidos locais com presença de fragmentos ósseos dentro e fora da articulação. Isso leva a um processo inflamatório bastante doloroso. São sinais clínicos clássicos da displasia coxofemoral: mancar das pernas traseiras, expressar dor ou desconforto ao caminhar, relutar em subir degraus e em se levantar. Se não tratada, a displasia pode levar à perda gradual da mobilidade traseira. Como nem todo animal displásico apresenta sintomas, a única maneira de saber se ele tem a doença é por meio de exames radiográficos. Para saber mais, consulte seu médico-veterinário.

Outras causas associadas ao aparecimento da displasia coxofemoral
Algumas situações podem contribuir para a predisposição genética à displasia se expressar, e podem também complicar o quadro de um animal displásico. Vejamos quais são:

Falta de vitamina C
Veterinários favoráveis a dietas caseiras, como Richard Pitcairn, PhD., Martin Goldstein, Lowell Ackermann e Shawn Messonier recomendam a suplementação diária de vitamina C para filhotes com tendência a apresentar displasia, e também para os adultos já afetados.

Segundo o Richard Pitcairn, “existem evidências de que a displasia coxofemoral é em parte causada por escorbuto sub-clínico (hipovitaminose C sem sintomas evidentes). Acredita-se que no cão displásico essa articulação se desenvolva de maneira incorreta como resultado de ligamentos e músculos fracos ao redor das articulações. A vitamina C é essencial para esses tecidos conjuntivos (músculos e ligamentos).”

O médico-veterinário ortomolecular Wendell Belfield relatou no periódico Veterinary Medicine/ Small Animal Clinician que grandes quantidades de vitamina C preveniram completamente o aparecimento da displasia coxofemoral em oito ninhadas de Pastores Alemães geradas por pais que apresentavam a doença ou já haviam produzido filhotes displásicos. Ele adotou o seguinte programa:

* Fêmeas prenhes receberam de duas a três gramas de cristais de ascorbato de sódio (ou ácido ascórbico) na alimentação diária;

* Ao nascer os filhotes receberam 50 a 100mg de vitamina C por via oral diariamente (usando a forma líquida);

* A partir das três semanas de idade, a dose foi aumentada para 500mg diárias (colocadas na comida), até os quatro meses de idade dos filhotes;

* A partir dos quatro meses de idade, a dose foi aumentada para um a dois gramas por dia e foi mantida assim até os filhotes completarem 18 meses ou dois anos de vida.

Martin Goldstein, autor do livro The Nature of Animal Healing, relata os benefícios dessa vitamina para o equilíbrio ácido-básico do organismo. “Os exames de sangue de meus pacientes displásicos geralmente mostram níveis elevados de uma enzima chamada fosfatase alcalina – indicadora da alcalinidade do sangue”.

Sabe-se que a vitamina C é um componente alimentar complicado de manter viável nos alimentos industrializados. Uma espécie que freqüentemente morre em decorrência do escorbuto é o porquinho-da-Índia. Esses roedores não produzem vitamina C – homens e primatas também não o fazem, sendo sabidamente necessária a suplementação de suas dietas com vitamina C. O organismo dos cães produz vitamina C, mas a quantidade produzida pode não ser suficiente para evitar degenerações de caráter hereditário. É por esse motivo que não existe grande preocupação em acrescentá-la à dieta dos cães.

Obesidade / Dieta hipercalórica
O excesso de peso é inimigo do bem-estar e da saúde de qualquer animal (ou pessoa). Mas no caso de indivíduos displásicos, a obesidade é ainda mais problemática, já que mais pressão é colocada sobre as articulações fragilizadas. O respeitado Tratado de Medicina Veterinária (Ettinger) chega a recomendar a redução de peso como principal medida para pets com problemas oteoarticulares.

Uma forma de enxugar os quilinhos extras do cão ou gato de qualquer idade é oferecer a ele uma dieta natural à base de meaty bones crus, carnes cruas, legumes e alguns suplementos (o modelo clássico da alimentação natural crua), sem fontes extras de carboidratos. É uma opção muito saborosa e de preço razoável, além de ser muito nutritiva e eficiente para perda e controle do peso.

Fato é que pets displásicos magros costumam ter um prognóstico muito melhor. Mantenha seu cão sempre esbelto, principalmente se ele for de porte médio, grande ou gigante, e vocês dois serão poupados de sofrimentos futuros relacionados à obesidade.

Obesidade na fase de crescimento é ainda mais prejudicial e geralmente decorre de dietas com excesso de calorias. De acordo com o livro Tratado de Medicina Interna de Pequenos Animais, “…dietas muito calóricas aceleram a taxa de crescimento dos filhotes e aumentam o risco de displasia coxofemoral.” O livro também faz uma ressalva a alimentar filhotes com dietas muito ricas em minerais.

Limitar o acesso aos alimentos é outro modo de evitar ingestão calórica excessiva. Estudos mostram que deixar comida à vontade ou alimentar o pet toda vez que ele pedir aumenta a incidência de doenças osteoarticulares nos filhotes suscetíveis. Evite isso estabelecendo desde cedo horários para as refeições.

Uma história retirada do ótimo site de Medicina Veterinária holística, B-Naturals, escrita por Lew Olson, PhD em Naturologia, ilustra como a dieta certa pode aumentar o bem-estar dos cães displásicos. (Adaptação e tradução: Sylvia Angélico)

“Meu Rottweiler, o Tommy, tinha displasia coxofemoral e de cotovelo que afetaram por cinco anos sua mobilidade. Ele caminhava com dificuldade e aparentava ser muito mais velho. Quando comecei a pesquisar os requerimentos nutricionais dos caninos, descobri que a dieta deles na natureza consistia de gordura e proteína animal, com pouco ou nenhum carboidrato.

Dietas muito calóricas, açucaradas, ricas em grãos e amido, roubam a energia dos cães (pelo esforço que o trato digestório pouco adaptado a carboidratos precisa fazer para digerir esses alimentos) e podem aumentar a dor nas articulações.

Passei a preparar um cardápio com pouco carboidrato e maiores quantidades de gordura e proteína animal. Dentro de poucas semanas, Tommy estava correndo novamente, brincando e interagindo com meus outros cães. Essa dieta não interrompe a degeneração articular, mas aumenta o conforto do animal e ajuda a reduzir a inflamação.”

O professor norte-americano de Jornalismo Michael Pollan, autor do imperdível livro O Dilema do Onívoro, oferece pistas para esse fenômeno. Em seu último livro, Em Defesa da Comida, ele comenta que o consumo de dietas industrializadas alterou o equilíbrio ideal entre os ácidos graxos essenciais ômega-6 e ômega-3.

Enquanto o ômega-6 é um elemento resistente, presente em uma variedade de alimentos (grãos, sementes, carnes), o ômega-3 é um ácido graxo frágil, presente em menos alimentos naturais e facilmente destruído pelo processamento industrial. Como uma das funções do ômega-6 é justamente exacerbar os processos inflamatórios, pode ser que o excesso deste ácido graxo em detrimento do ômega-3 esteja associado à maior incidência de males relacionados à inflamação nos humanos e – por que não? – nos animais. “O excesso de ômega-6 pode ser tão problemático quanto a deficiência de ômega-3”, comenta o autor.

Outros fatores importantes

* Não suplemente a dieta do filhote com cálcio sintético. Essa orientação é especialmente importante para os filhotes de intenso crescimento, como os de raças grandes e gigantes. Estudos mostram que o cálcio sintético interfere na maturação e modelação dos ossos e das cartilagens durante a fase de crescimento. Também já foi documentado que o excesso de cálcio atrapalha a absorção de zinco e de magnésio pelos intestinos. Dietas naturais ou industrializadas dispensam completamente a necessidade de ofertar cálcio extra. Na verdade, o organismo lida muito melhor com leves deficiências de cálcio do que com excessos desse mineral. No caso da alimentação natural o cálcio é fornecido na forma de ossos crus (meaty bones).

* Vale lembrar que a exposição diária ao sol também contribui para evitar desequilíbrios. Os raios solares têm radiação ultravioleta, que em contato com os vasos sangüíneos da pele, ativa a vitamina D advinda dos alimentos. Uma vez ativada, a vitamina D ajuda o organismo a reter o cálcio, absorvendo esse mineral no intestino. É por isso que banhos de sol regulares são importantes para os ossos do filhote crescerem saudáveis.

Mas aquela cochilada na frente da janela ou porta de vidro fechada não conta. O animal tem que ficar diretamente exposto aos raios solares. Sol “filtrado” por superfícies de vidro perde os raios ultravioletas e fica reduzido a uma fonte de calor. Essa orientação é particularmente importante para filhotes que crescem em apartamento, principalmente os de porte grande.

* Animais que sofrem de artrose, artrite e outros males osteoarticulares em geral sentem mais dor e desconforto, especialmente durante os meses frios. Garanta que ele tenha um local macio e aquecido para se deitar.

* Filhotes e jovens apresentam articulações e ossos vulneráveis e não devem ser estimulados a praticar atividades físicas intensas, como agility ou corrida. Brincar ainda é o melhor exercício para os animais em crescimento. Cães adultos displásicos podem se beneficiar com a prática regular de exercícios físicos de baixo impacto como natação e caminhadas leves.

* Não permita que os cães corram ou mesmo permaneçam por muito tempo sobre pisos escorregadios. Principalmente em se tratando de pets de porte grande e gigante. A força exigida para o animal se equilibrar coloca pressão demais sobre a frouxa articulação coxofemoral. Se as unhas estiverem compridas e os pêlos entre os coxins (“almofadas” das patas) estiverem longos, pior ainda. Apare-os para aumentar a aderência das patas ao piso. Para deixar as unhas dos cães bem curtinhas, sem tirar sangue e sem causar dor ao animal, você pode utilizar um aparelho chamado Dremel. Existem modelos próprios para uso em pets, mas um Dremel convencional, encontrado em lojas comuns de ferramentas, também lixa as unhas. Consulte esse site (em inglês) para aprender a usá-lo.

* A qualidade da água também pode contribuir com o aparecimento de doenças articulares degenerativas. Um estudo revelou que os cães que bebem água de poço em vez de água de encanamento são mais predispostos a desenvolver a osteocondrite, um mal osteoarticular. Isso porque águas mais “duras” (com alta concentração de minerais) podem conter mais cálcio. A água de sua região é assim? Se possível ofereça ao pet somente água destilada, ou purificada com filtro que elimina ou minimiza o problema.

* Está comprovado que alguns fármacos podem prejudicar o desenvolvimento osteoarticular de filhotes e pets jovens. É o caso da Enrofloxacina (Baytril) um antibiótico eficiente que é muito empregado na rotina do médico-veterinário clínico geral. O site do laboratório Biovet, especifica o seguinte: “Enrofloxacina está contra-indicada para cães na fase de crescimento rápido (de 2 a 8 meses) devido a relatos de lesões à cartilagem articular. Nas raças gigantes, este período poderá estender-se até os 18 meses. Não é recomendado o uso em gatos com menos de 8 semanas de idade.”

Dieta
Diz o Dr. Richard Pitcairn que “gerações de más práticas nutricionais contribuíram com o desenvolvimento da displasia coxofemoral; com efeitos cumulativos cada vez maiores a cada geração. Uma boa prevenção inclui alimentar as cadelas prenhes ou o filhote recém-adquirido com uma dieta saudável, fresca e variada.” (Dr. Pitcairn’s Complete Guide to Natural Health for Dogs & Cats)

Se possível, passe a oferecer uma alimentação caseira natural para seu pet displásico. Um número cada vez maior de criadores e proprietários relata os impactos positivos desse tipo de dieta na redução da incidência da displasia e na vida dos pets acometidos. Também pudera: a dieta natural é rica em ômega-3 e antioxidantes advindos de vegetais variados, ovos, peixes e óleos; além de oferecer diariamente protetores articulares naturais, como a condroitina presente na cartilagem de pés, pescoços, asas e carcaças de frango crus.

O cardápio indicado para esse quadro é o modelo tradicional de Alimentação Natural para adultos e para filhotes. Procure omitir da dieta fontes de carboidratos como pães e grãos cozidos a fim de reduzir a quantidade de calorias da dieta e não favorecer o ganho de peso. Se seu pet estiver acima do peso, calcule a quantidade de alimentos a ser oferecida diariamente com base no peso que ele deveria ter, em vez de fazer o cálculo com base no sobrepeso atual. Clique aqui para aprender a calcular essa porcentagem. Isso, por si só, já deve ajudar seu cão a enxugar os quilinhos extras.

Ofereça fontes de ômega-3 como óleo de peixe (preferencialmente) ou peixes ricos em ômega-3, como a sardinha e a cavalinha (inteiras e sempre cozidas).

Uma a duas vezes por semana ofereça peças cartilaginosas contendo um pouco de carne. Esses alimentos são fonte de substâncias que protegem as articulações, como a condroitina. Boas opções são pescoços e pés de galinha crus e a “garganta do boi”, que na verdade é a traquéia (tubo cartilaginoso). É possível encontrar a “garganta de boi” em feiras-livres. Custa por volta de R$ 2,50 o quilo.

Ofereço semanalmente para meus cães e gatos. Peço para o feirante retirar o excesso de gordura e de glândulas e deixar só a traquéia com a musculatura em volta. Ele já me entrega a peça cortada em rodelas, o que facilita muito a separação em tupperwares e o congelamento. Cartilagem é um tecido pobre em cálcio. Por isso sempre sirvo a “garganta” acompanhada de algum meaty bone com bastante cálcio, como pé de frango cru, ou pedaços de queijo minas frescal, também rico em cálcio.

Vitamina C e bioflavonóides
A vitamina C, conforme discutimos anteriormente, faz parte da prevenção e até do controle da displasia coxofemoral. O cão pode ingerir essa vitamina de duas maneiras: comendo alimentos ricos em vitamina C e/ou por meio de suplementação com vitamina C sintética (ácido ascórbico). Sempre que possível, opte pela primeira opção.

As vitaminas presentes nos alimentos são infinitamente melhor aproveitadas pelo organismo, dificilmente ocasionam excessos e sua ação é potencializada pela presença de outros elementos químicos (enzimas, minerais, antioxidantes) presentes no alimento. Um bom exemplo desse sinergismo (combinação benéfica) entre micronutrientes é o da vitamina C com os bioflavonóides, também conhecidos como vitamina P.

Bioflavonóides são compostos vegetais polifenólicos similares às vitaminas. Estão presentes naquela película branca que fica sob a casca das frutas cítricas e complementam a ação da vitamina C também presente nos mesmos alimentos. Reduzem a dor e a inflamação, apresentam ação anti-alergênica e antioxidante, além de inibirem a hialuronidase, uma enzima que danifica as articulações e a pele.

Para saber mais sobre as vantagens de oferecer as vitaminas de forma natural, ou seja, diretamente através da ingestão do alimento, clique aqui. Ofereça regularmente alimentos ricos em vitamina C, preferencialmente crus, como:

Frutas: acerola, caju, goiaba branca e vermelha, manga, laranja e morango. Observação: muita gente reluta em oferecer frutas cítricas, com receio de que a acidez possa fazer mal ao estômago do cão. Isso é uma inverdade. O pH do estômago canino é baixíssimo, ou seja, nem mesmo a fruta mais ácida supera a acidez natural do estômago dos cães. Ofereça pedaços dessas frutas se possível diariamente, como lanche, mas sem exageros.

Legumes: brócolis, couve, nabo.

Preparo dos legumes
A vitamina C é um componente bastante vulnerável ao calor do cozimento. Se possível ofereça os alimentos citados acima crus (com exceção da batata, que precisa sempre ser cozida), batidos no liquidificador ou processador com um pouquinho de água para facilitar a digestão. Ao cozinhar batatas e outros alimentos, utilize pouca água e não deixe os vegetais amolecerem muito. Durante o cozimento boa parte dos nutrientes é perdida para a água. Prefira cozinhar os vegetais no vapor – é a alternativa que melhor preserva a vitamina C.

Vitamina C sintética (ácido ascórbico)
Prefira vitamina C com bioflavonóides – se não encontrar em drogarias, é possível mandar manipular. Do contrário, use vitamina C pediátrica em gotas ou em comprimidos de 500mg ou 1 grama. Cada gota tem, em média, 250mg de vitamina C. Não a pingue sobre alimentos quentes, sob risco de anular a vitamina. Sirva a refeição imediatamente para que a vitamina não sofra oxidação.

Consulte seu médico-veterinário para saber as dosagens recomendadas para seu cão

Observações:
* Se preferir, alterne o uso de vitamina C sintética com a oferta de alimentos ricos nesse nutriente. Isso evita que o organismo “se acostume” com a vitamina C sintética e ela perca parte do efeito.

* Cães e gatos diabéticos ou que apresentam cálculos renais não devem receber suplementação de vitamina C. Na dúvida, consulte o médico-veterinário.

Glucosamina, Sulfato de Condroitina e Manganês
Suplementos à base dessas substâncias são recomendadas para prevenir e tratar as doenças osteoarticulares. Como existem inúmeros produtos no mercado, peça uma indicação ao seu médico-veterinário. A glucosamina e o sulfato de condroitina são moléculas glicídicas que compõem os proteoglicanos, elementos que formam as cartilagens articulares.

A glucosamina favorece a formação da nova cartilagem, agindo de forma complementar à condroitina, que por sua vez, inibe a destruição da cartilagem. Embora ambas sejam encontradas nos tecidos cartilaginosos dos animais, a principal fonte de glucosamina é a quitina, substância que reveste a casca dos camarões e as conchas dos caranguejos e das lagostas. Já o manganês é um mineral-traço que ajuda a relaxar a musculatura e atrái a glucosamina e a condroitina para as áreas que estão sofrendo degeneração.

Vitamina E
Em doses altas atua como um poderoso antioxidante, beneficiando também a saúde vascular e imunológica.
Consulte seu médico-veterinário para saber as dosagens recomendadas para seu cão

Óleo de peixe (Fish Oil)
Rico em ômegas-3, ajuda a reduzir a inflamação e melhora a pele e a pelagem, além de fortalecer a imunidade. Não confundir com óleo de fígado de bacalhau.

Óleo de coco
O óleo de coco é um suplemento um pouco caro (em média, R$ 40 o frasco com 400mL), mas que tem propriedades fantásticas. Segundo esse artigo publicado pelo médico Dr. Marcio Bontempo,

“Recentes pesquisas comprovam a atividade antiinflamatória do óleo de coco extra virgem devido à sua capacidade de elevar os níveis da interleucina 10, um poderoso agente antiinflamatório. Além disso, (…) aumenta a absorção de nutrientes, acelera o metabolismo, favorece aa perda de peso pela “queima” de gorduras, ajuda a prevenir a osteoporose, aumenta os níveis de energia, e, pela sua ação antioxidante (é rico em vitamina E), reduz o processo de envelhecimento.”

Você pode adquirir óleo de coco em lojas de produtos naturais, como essa, ou por meio de sites, como o Crianças na Cozinha, um endereço que sempre traz dicas interessantes sobre alimentação saudável.

L-Glutamina
Aminoácido que ajuda a retardar a atrofia muscular.
Consulte seu médico-veterinário para saber as dosagens recomendadas para seu cão

Yucca
Um eficiente anti-inflamatório vegetal. Como a parte líquida dessa planta é a mais concentrada em propriedades, prefira comprar yucca em forma de tintura. Não deve ser oferecida ao pet de estômago vazio.
Consulte seu médico-veterinário para saber as dosagens recomendadas para seu cão

Homeopatia e Acupuntura
Não subestime os efeitos de terapias alternativas como a Homeopatia e a Acupuntura. Ambas podem fazer muito pelo animal displásico no sentido de potencializar a regeneração das cartilagens, fortalecer os músculos adjacentes e reduzir quadros de dor, inflamação e rigidez articular. E o melhor: não provocam efeitos colaterais ou estresse. Certamente valerá a pena buscar indicação de um bom médico-veterinário especialista em Acupuntura e/ou Homeopatia em sua região.

Referências Bibliográficas

Sites

Livros

  • Canine Nutrition – What Every Owner, Breeder and Trainer Should Know. D.V.M. Lowell Ackerman. 1999
  • Veterinary Textbook of Internal Medicine. Ettinger, Feldman. 2006
  • Tabela de Composição Química dos Alimentos. Guilherme Franco. 2008
  • Dr. Pitcairn’s Complete Guide of Natural Health for Dogs & Cats. D.V.M. Richard Pitcairn. 2005
  • Natural Health Bible for Dogs and Cats. D.V.M. Shawn Messonnier – 2001
  • The Nature of Animal Healing. D.V.M. Martin Goldstein – 1999
  • Nutrientes que Alimentam, Previnem e Curam Cães e Gatos. Prof. Dominique Grandjean – 2003
  • Em Defesa da Comida – um manifesto. Michael Pollan – 2008
  • Plumb’s Veterinary Drug Handbook. Donald C. Plumb – 2004
  • Food Pets Die For. Ann Martin – 2008

Bom apetite e uma lambida do Cachorro Verde!

Atualizado em 21 de julho de 2009 por Sylvia Angélico